A minha avó passou as cinco agulhas à minha tia Mariana Maria e ensinou-lhe a fazer uma meia pequenina. Mais tarde foi a minha tia que ensinou as irmãs. Todas elas levaram a sua primeira meia para o campo e penduraram-na numa oliveira. A meia pequenina era para o cuco levar, porque o cuco não faz ninho e só precisa de uma meia porque tem as pernas magrinhas.
Era assim que muitas meninas alentejanas começavam a sua malha, aprendendo aquilo que seria suposto precisarem para a sua vida de trabalho. A minha mãe fez a sua meia para o cuco antes de ter sapatos para calçar.
7 comentários:
Que história linda! Mais lindo ainda é manter a tradição! Amei!
Abraço da Cecilia.
Olá, Luisa!
Estas tradições são transversais ao nosso país: eu aprendi a fazer tricot e crochet para dar uma "trancinha" ao cuco, para o seu ninho, em jeito de agradecimento por nos ter informado da quantidade de anos que permaneceríamos solteiras.
"Cuco da Carrasqueira, quantos anos me dás de solteira?" Assim se dizia ao cuco, em carrazeda de Ansiães, Trás-os-Montes.
Beijinho
Muito bonito, ter recordado aqui
À tradições simplesmente belas, que devemos passá-las aos nossos filhos para não caírem no esquecimento.
Que história tão linda! Nunca tinha ouvido, mas quando chegar a altura de ensinar a Catarina vou usá-la.
Conheço bem a história do cuco, mas nunca lhe fiz uma meinha, no entanto herdei as 5 agulhas da minha avó com que ela tantas meias fez...um dia ainda vou aprender a fazer meia...
Felizarda
Fantástico! Não conhecia esta história.
olá
sou alentejana e não conhecia esta história tão engraçada.
pelos vistos há mais assim pelo país e fico a pensar em quantas variantes haverão dessa história e a sua origem.
obrigada por a partilhar
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