Para que as peças de tricot se ajustem ao modelo e ao corpo que as vai usar, fazer as amostras é absolutamente necessário. Já vimos que se devem fazer amostras dos vários pontos que vamos utilizar e também já aqui falei como escolher a agulha quando se seguem estritamente as indicações de um modelo.
Para além disso a amostra deve ser tratada da mesma forma que a peça final, ou seja também deve ser bloqueada, para que a determinação das malhas e voltas seja o mais precisa possível.
Para bloquear uma amostra começamos por mergulhá-la num recipiente com água tépida.A amostra deve permanecer aí cerca de trinta minutos, para garantir que todas as fibras ficam hidratadas, mas sem agitação, para não feltrar.
Retira-se e aperta-se ligeiramente apenas para retirar o excesso de água. Não se deve torcer.
Coloca-se sobre uma toalha bastante absorvente, ajusta-se mais ou menos à sua forma, e enrola-se como uma torta. Aperta-se o rolo com suavidade.
Coloca-se sobre uma outra toalha turca que por sua vez está sobre uma superfície onde se possam espetar alfinetes. No meu caso uso placas de esferovite.
Alinha-se um dos lados, de forma que essa ourela fique perfeitamente recta (poderá haver situações em pontos ajourados em que isso não possa ser assim). A malha não deve ficar esticada nem com pregas. Colocam-se alfinetes ao longo da ourela, a espaços regulares. Mede-se o comprimento desta ourela.
Faz-se o mesmo na outra ourela tendo o cuidado de a posicionar com o mesmo comprimento da anterior.
Faz-se o mesmo com o topo e a base da amostra.
No final devemos obter um formato rectangular com os lados iguais dois a dois.
Deixa-se secar pelo menos 24h e só depois se retiram os alfinetes. O tempo de secagem depende da espessura do fio e das condições climtéricas. Por isso podem ser necessárias mais do que 24h.
A amostra está agora pronta a ser usada nos cálculos da peça.