23 dezembro 2013

Feliz Natal


Este Natal começou em Outubro. 
A Ajuda de Berço precisava (e precisa) de enxovais para bébés recém nascidos e alguns mais crescidinhos e nasceu a ideia de um projecto de colaboração entre a Dotquilts e a Ajuda de Berço. Se fazer malha está na moda porque não tricotar para estes meninos? E da ideia fez-se obra!

Foi uma actividade constante daí para cá 
Pensaram-se nos fios: finos, macios, muito quentinhos e de boa qualidade;
Nos modelos mais adequados: muito práticos para vestir bébés muito pequeninos;
Na facilidade de execução: as participantes poderiam ter vários níveis de experiência e convinha serem abrangentes;
Identificaram-se as peças mais necessárias: um casaquinho, as botinhas e a primeira manta para envolver o bébé (gostariamos de ter feito mais mas no futuro, quem sabe?);
Tricotaram-se os "protótipos": para ter a certeza que tudo ia dar certo;
Escreveram-se os tutoriais: numa forma simples com "receitas" e gráficos, de forma a serem bem interpretados por todas;
Falámos sobre o  projecto e pedimos colaboradoras: o primeiro núcleo cingiu-se a algumas participantes nos encontros de tricot da Dotquilts e depois alargou-se a mais algumas pessoas que ao saberem do projecto quiseram participar.

Em Novembro distribuiram-se os fios e iniciaram-se algumas reuniões onde foram esclarecidos aspectos técnicos para que tudo saísse o melhor possível.
Foi com um enorme entusiasmo que um após outro foram nascendo casaquinhos, botinhas e mantas.
As imagens que aqui mostramos são apenas parte dessas peças pois algumas foram entregues na Ajuda de Berço e outras ainda estão a ser acabadas (algumas participntes aderiram mais tarde e o tempo foi escasso).

Por fim, mas fundamental:
o meu agradecimento à Ajuda de Berço por ajudar as nossas crianças mais desfavorecidas e por nos deixar ser uma gota dessa ajuda. À Sandra A. pela sua tão grande dedicação, pela disponibilidade e pela sua amizade.
A todas as que participaram, tricotando nos seus serões de Outono, estes enxovalinhos de bébé
Maria da Conceição M.
Fátima P.
Sandra A.
Elisete N.
Isabel G.
Isabel P.
Esmeralda M.
Rosa C.
Maria João S.
Teresa V. F.
Paula M.
Mafalda A.
Maria Fernanda F.
Maria Lucinda S.
Ana S.
Branca F.
Nélia M.

Um Feliz Natal e um 2014 cheio de esperança e de paz










21 agosto 2013

the big stitch

Na maioria das vezes faço malha com fios finos porque, para vestir, são mais confortáveis. 
E de tanto me habituar a usar agulhas abaixo do 4,5 mm, raramente me apetece passar daí.
Mas tinha alguns fios de algodão muito grossos, um novelo de cada, e decidi que era altura de fazer alguma coisa com eles. E se o trabalho é "pesado" também tem a vantagem de crescer rapidamente e dar-me a boa perspectiva de estar terminado em breve.  E já agora alguém adivinha o que irá sair daqui?

15 agosto 2013

Keep it simple

Quando preparava o projecto para o próximo workshop de iniciação ao tricot, constatei que, apesar de muito simples, me deu muito prazer pensá-lo e fazê-lo. 
A primeira peça de uma tricotadeira (ou mais propriamente aprendiza de tricotadeira) não tem de ser desinteressante. Há pequenos nadas, com um baixo grau de dificuldade, que podem transformar completamente o visual de uma peça. 


Esta gola, cujos pontos vão ser trabalhados no workshop e que será depois finalizada em casa, apresenta alguns pormenores que a resgatam do banal: uma ourela bem definida e um pouco diferente, um acabamento que forma uma carcela para os botões.

Mas, o que é simples pode também ser feito por quem te mais conhecimentos. Porque é mais rápido e isso em determinadas situações é vantajoso; porque às vezes apetece não pensar muito naquilo que estamos a fazer e entrar em piloto automático (e o Verão é bem a estação para isso).

 

06 junho 2013

A perversidade da cor




Tricotar uma lã multi-colorida é sempre um entusiasmo. Que cambiante virá a seguir? É esta a questão que colocamos ao longo de cada novelo. E isso diverte-nos, obriga-nos a fazer sempre mais uma volta e a prolongar o serão mesmo quando já vai longo.
Mas nem tudo é linear quando se trabalha com cores que variam muito gradualmente ao longo do fio. Nestes casos a peça fica com riscas coloridas, tanto mais largas quanto menor o número de malhas das voltas. Se isso é muito giro em écharpes, xailes, cachecois, tratando-se de uma peça para vestir, aí o caso muda de figura. 
Comecei este casaco com um modelo de um livro mas depressa pus de lado a ideia. Riscas horizontais, com estas cores, ao longo da frente e das costas estava completamente fora de questão. 
Reformulei tudo e comecei um novo casaco com as malhas travessas na parte de baixo do corpo. Não estou a seguir nenhum modelo mas estou a gostar bastante do efeito. Agora vai ser um ápice até o acabar!

03 junho 2013

De gancho




Renda de gancho (ou de ganchada) é mais uma renda que ando a revisitar. É de execução muito simples mas de grande efeito. Embora com vida própria, é quase sempre acompanhada de entremeios e aplicações em crochet, mas nunca passa despercebida.
O primeiro post desta série não podia ter melhor protagonista. Uma renda finissima, feita no Pico por mãos que sabem, e que me foi oferecida pela minha amiga Nélia. Uma verdadeira obra prima!


02 junho 2013

Por uma linha

O hábito de ter várias peças começadas, apesar de poder ser considerado um inconveniente, tem para mim algumas vantagens. 
Além de me não me aborrecer (quando é assim passo para outra) também me permite acabar rapidamente um projecto pendente por um fio. Muitas vezes a razão para parar a determinada altura tem a ver com o facto de alguma coisa não me agradar e prefiro parar, amadurecer as ideias e depois prosseguir. A maior parte do que faço, vou inventando, desenhando, calculando, e por isso  não são imediatas. 
Esta blusa de Verão, foi começada há quase um ano, pela época mais quente. O fio é muito irregular e com um comportamente específico. Daí ter optado por um modelo muito simples onde só a ourela de baixo foi trabalhada. 


Foi feita toda em tricot circular para não ter costuras, pois neste tipo de fio é dificil cerzir ourelas sem que o efeito da junção das várias peças fique irregular. 
Até à cintura fiz uma modelação ligeira para cair melhor e o início das mangas e decote em malha de liga só para uma certa definição. 
O facto de ser toda feita de uma vez tem ainda a vantagem de a poder usar do "avesso".
É mais um projecto formiga, acabado na Primavera para usar neste verão!

29 maio 2013

Os reis e os peões



Conjugar tecidos é como jogar num tabuleiro de xadrez: muitos reis dá confusão e perturbam o olhar. É preciso dosear, com conta peso e medida, os tecidos de estampagem e cor mais exuberantes. Depois vêm os auxiliares. Que podem ser tecidos com uma estampagem de cor mais discreta ou mais miúda. Digamos que têm a força e a estratégia das torres dos bispos e dos cavalos.
E por fim vêm os peões. Humildes mas arrojados, são os primeiros a avançar e só isso vai determinar toda a partida.
No patchwork os peões são sem dúvida os lisos. São um dos melhores complementos para aquele tecido maravilhoso, com estampagens e cores inesquecíveis. Além disso estão tão na moda que eles próprios podem ser a estrela. E este é assunto para um próximo post.

24 maio 2013

trapos e panos e a importância da bainha



A minha mãe diz que um pano sem uma bainha é um trapo e com bainha pode ser tudo. Por ser alentejana sempre teve o cuidado de aprimorar recursos humildes para ter uma vida mais digna. Isto tinha a ver com tudo a começar pela alimentação.
Os tecidos usados para as tarefas mais humildes, como talegos,  panos da louça, de limpeza etc vinham sempre da reutilização de vestidos, lençois, camisas. No entanto mesmo as rodilhas (o pano da louça e de mãos em Alvito) eram merecedores da dita bainha que fazia toda a diferença. Há dias a Conceição P. trouxe-me uns paninhos que a sua mãe, alentejana de Elvas, lhe bordou. Um deles era o pano de passar a ferro e o outro, espante-se, o da solarina. É levar o conceito ao mais alto nível!

PS: solarina é um produto usado para dar brilho aos metais.

23 maio 2013

Fazer crochet (sem internet)



Hoje em dia, um tema, uma técnica ou modelo que caia no agrado, rapidamente é divulgada e apreendida através da internet com tudo o que isso tem de bom e mau.
Bom, porque aceder facilmente à informação é um aspecto muito positivo e sem o qual a nossa vida já não seria a mesma. Mau porque muitas vezes não se cria (ou pelo menos recria) e cai-se num sem número de toute la même chose. 
Mas sempre se partilharam modelos, ideias e, por um mero acaso, duas pessoas que há 30 anos nem se conheciam e viviam bastante afastadas, fizeram para o enxoval dos seus bébés uma manta com o mesmo ponto de crochet. As revistas, a troca de pontos entre amigas eram na altura principal forma de propagação. E pelos vistos também era eficaz!
Este ponto é um dos exemplos do ser simples mas bonito. É acessível mesmo para as iniciantes e tem um efeito geométrico surpreendente.

(obrigada à Fátima e à Maria João por me emprestarem as suas preciosidades)

22 maio 2013

A formiga



Muitos dos meus projectos de Inverno são feitos na Primavera e no Verão. Este ano foi particularmente propício porque os dias frios arrastaram-se e os serões foram sendo preenchidos com as agulhas.
A vantagem de fazer tricot todo o ano é que chegamos a Setembro/Outubro, com peças novas. Se as iniciassemos no Outono, só as poderiamos ter acabadas quase no Natal.
Este cachecol feito em entrelac deu-me a possibilidade de testar mais uma das possibilidades desta técnica modular e simultaneamente usar um fio com cores fantásticas de Outono.

Mas agora que venha o Verão! 

10 fevereiro 2013

Medida: 1 serão

A medida do que queremos fazer pode ser o tempo que vamos gastar a fazer um projecto. Posso querer acabar uma peça num serão ou em vários meses. Seja qual for a dimensão do que pretendo iniciar gosto de fazer uma estimativa do tempo que vou precisar para concluir.
Nem sempre é fácil, mas na maioria dos casos é possível fazer esse cálculo com uma variação abaixo de 20%.
Esta gola, Lacy Gaiter, feita com fio Noro Silk Garden Sock, foi realizada em 1 serão. Tinha acabado de fazer o meu dominó, e estava com muita vontade de experimentar este fio.
Em que casos escolho um projecto para uma medida de tempo curta:
1 - Quando quero experimentar um fio novo e prefiro ver primeiro o resultado antes de me aventurar numa peça maior.
2 - Quando acabei um projecto e estou indecisa em relação ao que vou iniciar. Para as agulhas não pararem faço um projecto rápido que me ocupe no máximo um ou dois serões.
3 - No meio de um projecto de maiores dimensões, para desanuviar.
4 - Também é bom um projecto de curta duração quando se sai e quer levar o tricot.

No caso desta gola foram as razões 1 e 2 que me levaram a fazê-la.

20 janeiro 2013

E os quilts?

Em 2012 fiz quilts, ensinei com se fazem e ajudei a fazer alguns. Nem todos foram fotografados e nem todas as fotografias estão nas melhores condições. Mas fica aqui um muito pequeno resumo do que se passou.
 O marcar de uma nova etapa.

 Para a Ana Sofia,
 Para a Catarina
e para a Fátima, os seus primeiros quilts,


O primeiro quilt da Esmeralda brilhou.

Os quilts da Maria João voam para muito longe, onde está o coração.

Para a Irene, os grandes desafios.
A Fernanda e os grandes quilts. Escolhidos por e para quem mais os aprecia.

Da Sara, quilts que envolvem bébés.

 Da Fernanda
e da Elisabete, quilts feitos devagar, milimetricamente.

Quilts para dar conforto nas noites frias.


Quilts para aprender a fazer e gostar de quilts.
 O quilt da Hemi, de quem agora nos separa o Atlântico.

Este percurso continua em 2013.