16 novembro 2010

a história do risco a pedido

Se a qualidade de um bordado começa no risco, até hoje não encontrei nenhuma fórmula universal para o fazer.
Depende de muitas coisas e sobretudo do saber e da técnica da bordadora. Alguns riscos são feitos segundo técnicas ancestrais guardadas em segredo e feitas por riscadoras profissionais.
Os meus riscos são feitos de várias formas, que fui aprendendo/adaptando e que se adequam ao meu gosto, mas continuo a fazer sempre que é possível o levantamento das técnicas portuguesas de riscar bordado.
E de todas nenhuma me surpreendeu tanto como esta encontrada em terras algarvias. Em visita a uns amigos tive oportunidade de ver monogramas bordados, coloridos e preciosamente enfeitados com diferentes motivos. 
Na altura em que o a serra algarvia não tinha a acessibilidade de hoje, era dificil para as mulheres arranjarem riscos variados para enriquecerem o enxoval. Nos anos quarenta vagueava por aquelas bandas um homem, de origem francesa, e que a pedido riscava directamente no pano o desenho pretendido. Segundo uma das bordadoras, a troco de uns escudos ou de uma refeição o pedinte riscava com mestria, as letras e os adornos pretendidos.
Não se sabe quem era, nem o que lhe aconteceu mas os riscos permanecem vivos nos bordados que desenhou.

6 comentários:

Ana Maria disse...

É capaz de ser dificil mas o "francês" pode ter deixado descendência. Vamos à procura dela?

Virgínia disse...

Que história tão bonita!!

Joana Caetano disse...

:)) adorei a história!
Eu também gosto de riscar directamente no pano, faço como se estivesse a desenhar no papel.

Açafate dos Retalhos disse...

É extraordinário como um simples "ponto pé de flor" se pode tornar tão rico.
Tenho alguns que a minha avó me deixou em toalhas de lavatório.
Estes são lindíssimos.

Anónimo disse...

Neste fim de tarde fresco enquanto tomo um caldinho de feijão revigorante leio seu post e me delicio com ambos. Continue suas pesquisas e divida conosco seus preciosos achados.
Heliane, DF/Brasil.

M. Regina disse...

Bonita história, Luiza. Adorei teu blog também. Abraços desde o Brasil,