29 maio 2013

Os reis e os peões



Conjugar tecidos é como jogar num tabuleiro de xadrez: muitos reis dá confusão e perturbam o olhar. É preciso dosear, com conta peso e medida, os tecidos de estampagem e cor mais exuberantes. Depois vêm os auxiliares. Que podem ser tecidos com uma estampagem de cor mais discreta ou mais miúda. Digamos que têm a força e a estratégia das torres dos bispos e dos cavalos.
E por fim vêm os peões. Humildes mas arrojados, são os primeiros a avançar e só isso vai determinar toda a partida.
No patchwork os peões são sem dúvida os lisos. São um dos melhores complementos para aquele tecido maravilhoso, com estampagens e cores inesquecíveis. Além disso estão tão na moda que eles próprios podem ser a estrela. E este é assunto para um próximo post.

24 maio 2013

trapos e panos e a importância da bainha



A minha mãe diz que um pano sem uma bainha é um trapo e com bainha pode ser tudo. Por ser alentejana sempre teve o cuidado de aprimorar recursos humildes para ter uma vida mais digna. Isto tinha a ver com tudo a começar pela alimentação.
Os tecidos usados para as tarefas mais humildes, como talegos,  panos da louça, de limpeza etc vinham sempre da reutilização de vestidos, lençois, camisas. No entanto mesmo as rodilhas (o pano da louça e de mãos em Alvito) eram merecedores da dita bainha que fazia toda a diferença. Há dias a Conceição P. trouxe-me uns paninhos que a sua mãe, alentejana de Elvas, lhe bordou. Um deles era o pano de passar a ferro e o outro, espante-se, o da solarina. É levar o conceito ao mais alto nível!

PS: solarina é um produto usado para dar brilho aos metais.

23 maio 2013

Fazer crochet (sem internet)



Hoje em dia, um tema, uma técnica ou modelo que caia no agrado, rapidamente é divulgada e apreendida através da internet com tudo o que isso tem de bom e mau.
Bom, porque aceder facilmente à informação é um aspecto muito positivo e sem o qual a nossa vida já não seria a mesma. Mau porque muitas vezes não se cria (ou pelo menos recria) e cai-se num sem número de toute la même chose. 
Mas sempre se partilharam modelos, ideias e, por um mero acaso, duas pessoas que há 30 anos nem se conheciam e viviam bastante afastadas, fizeram para o enxoval dos seus bébés uma manta com o mesmo ponto de crochet. As revistas, a troca de pontos entre amigas eram na altura principal forma de propagação. E pelos vistos também era eficaz!
Este ponto é um dos exemplos do ser simples mas bonito. É acessível mesmo para as iniciantes e tem um efeito geométrico surpreendente.

(obrigada à Fátima e à Maria João por me emprestarem as suas preciosidades)

22 maio 2013

A formiga



Muitos dos meus projectos de Inverno são feitos na Primavera e no Verão. Este ano foi particularmente propício porque os dias frios arrastaram-se e os serões foram sendo preenchidos com as agulhas.
A vantagem de fazer tricot todo o ano é que chegamos a Setembro/Outubro, com peças novas. Se as iniciassemos no Outono, só as poderiamos ter acabadas quase no Natal.
Este cachecol feito em entrelac deu-me a possibilidade de testar mais uma das possibilidades desta técnica modular e simultaneamente usar um fio com cores fantásticas de Outono.

Mas agora que venha o Verão!